Estar em um relacionamento não deve ser para suprir as expectativas que criamos sobre aquilo que o outro deve fazer para nos agradar. Estar em um relacionamento não deve ser para que o outro preencha algo que falta em nós, criando assim uma relação de apego, dependência e falsa "plenitude".

Estar em um relacionamento é compartilhamento, conhecimento, aprendizado e crescimento.

É compartilhar o amor, a alegria, as conquistas e todas as coisas boas, mas também é compartilhar o silêncio, as dores, dividir os fardos para que pesem menos. É compartilhar quem somos, o que sentimos e o que pensamos para que se possa conhecer um ao outro. Estar em um relacionamento é conhecimento. É necessário que se conheça e perceba aquilo que compõe todas singularidades que formam o outro e o fazem único. É conhecer a si mesmo, perceber os próprios defeitos e cismas, entender de que forma e onde surgiram certos ideais e visões sobre a vida. É perceber quando se está equivocado e quebrar o próprio orgulho para sair da zona de conforto de um ciclo vicioso. É quebrar ciclos negativos de comportamento e construir algo novo, bom. Estar em um relacionamento é crescimento, é construção. É aprender que é necessário deixar para trás certas coisas e que algumas não valem nem existir para não gerar discussão.  É perceber que as vezes uma atitude pode parecer simples pra você, mas lá no fundo é genuinamente a mais valiosa que o outro pode lhe oferecer. Crescimento é ver com o ponto de vista do outro, é entender o outro e entender a si, é cultivar o melhor para os dois, é avançar rumo a melhoria. Crescimento é construção e não se cresce sem que se construa. E não se constrói sem que haja espaço. Para isso as vezes é necessário desconstruir. É necessário eliminar as ruínas de uma história distante que obstruem a visão e bloqueiam o caminho e tratar de construir fundamentos novinhos em folha.

Porque não se vive a dois se não forem um. Não se vive a dois cada um para si próprio. Para viver a dois é necessário doar-se e reencontrar-se dia a após dia, é necessário reconhecer os erros e não repeti-los, é necessário conhecer também a si para poder viver de forma completa, sendo os dois, um. Uma mesma união, um mesmo propósito, uma mesma sintonia, uma mesma base. E base forte não se constrói sozinho.

Por Bruna Ondina.